Dificuldade para engolir pode levar a problemas nutricionais e sociais, mas o tratamento adequado melhora a qualidade de vida
A disfagia é uma condição caracterizada pela dificuldade em engolir alimentos, líquidos ou até mesmo a própria saliva. Esse problema pode afetar significativamente a alimentação, a nutrição e até a socialização dos pacientes. Muitas vezes subestimada, a disfagia pode comprometer seriamente a saúde e o bem-estar, tornando essencial o acompanhamento especializado para evitar complicações.
No Brasil, o Dia Nacional de Atenção à
Disfagia é comemorado em 20 de março, uma data instituída pela Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia para conscientizar a população sobre os riscos
dessa condição e a importância do diagnóstico e do tratamento precoce.
A disfagia pode se manifestar de
diversas formas, incluindo tosse, engasgos, sufocamento, esforço ou ruído
respiratório durante ou após a alimentação, além da sensação de alimento preso
na garganta. Alguns dos principais fatores de risco incluem doenças
neurológicas, câncer de cabeça e pescoço, intubação orotraqueal prolongada (a
partir de 48h), doenças genéticas e o próprio envelhecimento.
A fonoaudióloga e coordenadora
multidisciplinar do Hospital Cidade do Sol (HSol), Camila Frois, alerta que os
sintomas podem ser sutis no início, mas não devem ser ignorados. "O
diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar
complicações graves, como pneumonia aspirativa, desidratação, desnutrição e até
morte. Se você perceber qualquer dificuldade ao engolir, procure um
especialista, como um fonoaudiólogo ou médico, para uma avaliação
detalhada", enfatiza.
Já a nutricionista do HSol, Maria
Eduarda Estrela Campos, reforça que a adaptação da alimentação é fundamental
para a segurança do paciente. "Seguir uma dieta adequada, com consistência
ajustada e técnicas corretas, é essencial para garantir a segurança na ingestão
dos alimentos. A orientação de profissionais de saúde ajuda a evitar
deficiências nutricionais e promove o bem-estar", destaca.
Dicas de especialistas
✔️ Camila
Frois: "Se você ou alguém da sua família começar a sentir
dificuldades para engolir, busque a ajuda de um fonoaudiólogo. O profissional
poderá avaliar a função da deglutição e indicar os melhores exercícios para
fortalecer os músculos envolvidos, prevenindo os riscos de complicações."
✔️ Eduarda
Estrela: "Um nutricionista especializado pode ajustar a
dieta conforme a avaliação e orientação da equipe de fonoaudiologia. Algumas
adaptações na consistência dos alimentos e o uso de suplementos ajudam a garantir
uma nutrição adequada sem comprometer a segurança da alimentação."
O Instituto de Gestão Estratégica de
Saúde do Distrito Federal (IgesDF), que atua 100% pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), trabalha continuamente para aprimorar os serviços de saúde oferecidos à
população. O atendimento a pacientes com disfagia é uma prioridade, garantindo
que eles tenham acesso a tratamentos de qualidade e profissionais capacitados.
O instituto conta com fonoaudiólogos em todos os setores dos Hospitais de Base
do Distrito Federal (HBDF), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e Hospital
Cidade do Sol (HSol), garantindo acesso a todos que precisam desse serviço,
adultos e crianças.
A Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia estima que cerca de 30% da população acima de 60 anos apresenta
algum grau de disfagia. Em pacientes internados em unidades de terapia
intensiva (UTI), esse número pode chegar a 50%. Esses dados reforçam a
necessidade de conscientização sobre a condição e a importância do diagnóstico
e tratamento adequado.
Hoje, em alusão ao Dia Nacional de
Atenção à Disfagia, foram realizadas ações no Hospital de Base do Distrito
Federal, como a "Blitz da Disfagia". No Hospital Cidade do Sol, houve
entrega de panfletos, orientações aos pacientes e acompanhantes e exibição de
vídeos educativos nas TVs do hospital, com o objetivo de conscientizar tanto os
pacientes quanto os profissionais sobre a importância do diagnóstico precoce e
do tratamento adequado.
Com acompanhamento especializado,
reabilitação e ajustes na alimentação, os pacientes com disfagia podem
recuperar sua qualidade de vida e retomar suas atividades diárias com mais
segurança e conforto.