Pessoas com varizes ou histórico familiar de trombose devem redobrar a atenção, segundo cirurgiã vascular
Julho é mês de férias, e viajar é a escolha de muitos nesse período, além de ser sinônimo de descanso. Mas é preciso ter atenção para trajetos distantes, porque ficar sentado por muitas horas, seja em carros, ônibus ou aviões, pode aumentar significativamente o risco de trombose venosa profunda.
A trombose venosa profunda ocorre quando coágulos sanguíneos se formam nas veias profundas do corpo, geralmente nos membros inferiores. Esses coágulos são mais comuns nas primeiras duas semanas após a viagem. Segundo a Dra. Camila Oliveira, angiologista e cirurgiã vascular da clínica Venous, as causas exatas ainda não são totalmente compreendidas, mas o risco cresce devido a longos períodos de imobilidade e pela ativação dos fatores de coagulação, afetando diretamente a saúde das pernas.
Os primeiros sinais de problemas vasculares nas pernas podem incluir inchaço, dor, sensação de peso, formigamento ou alterações na cor da pele. Se esses sintomas persistirem é importante procurar um profissional para avaliação e diagnóstico.
“Durante viagens de carro, é recomendável fazer pausas a cada duas horas para alongar as pernas, caminhar um pouco e estimular a circulação. Em voos longos, levante-se e movimente-se pelo avião sempre que possível,” orienta a Dra. Camila. “Além disso, manter-se hidratado, usar roupas confortáveis e realizar exercícios simples, como flexionar e estender os pés e fazer movimentos circulares com os tornozelos, também ajuda a melhorar a circulação sanguínea e reduz o risco de trombose.”
Pessoas com histórico de trombose ou outros fatores de risco, como cirurgia recente, câncer, gravidez, idade avançada, varizes, uso de estrogênio em contraceptivos orais ou terapia de reposição hormonal, devem ter cuidados redobrados. “Se você possui algum desses fatores de risco e planeja viajar longas distâncias, é essencial consultar um cirurgião vascular. Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso de anticoagulantes e meias compressivas para diminuir o risco de trombose venosa,” conclui a especialista.