GDF investe R$ 8 milhões no desenvolvimento de mais de 4 mil esportistas.



Programa Compete Brasília financia a participação de atletas e paratletas em torneios nacionais e internacionais com passagens aéreas e terrestres.


Encarar a vida de atleta não é tarefa simples para o estudante Bernardo Miranda. Aos 16 anos, o jovem desponta como uma das promessas brasilienses do squash – é o número 1 nas categorias sub-17 e sub-19 do esporte. Mas disciplina e talento não são suficientes para quem quer ganhar a vida competindo. Sem apoio financeiro, fica difícil marcar presença nos inúmeros torneios nacionais e internacionais.


“Minha família não tem condição de financiar minha carreira. Meu pai é motorista de aplicativo, minha mãe é cabeleireira, tenho mais seis irmãos. Então, acabava dependendo da ajuda do meu treinador ou das vaquinhas que eu organizava para viajar”, conta Bernardo. “Enfrentei muita dificuldade até conhecer o Compete Brasília. Foi o projeto que garantiu as passagens para o último torneio que participei, no Rio de Janeiro”, lembra o jovem.


Bernardo Miranda: “Enfrentei muita dificuldade até conhecer o Compete Brasília. Foi o projeto que garantiu as passagens para o último torneio que participei, no Rio de Janeiro” .



O Compete Brasília é um programa do Governo do Distrito Federal (GDF) que financia a participação de atletas e paratletas de alto rendimento das mais diversas modalidades em campeonatos nacionais e internacionais. A ajuda de custo vem em forma de passagens aéreas para destinos nacionais ou internacionais e transporte terrestre para deslocamento de grandes delegações em território nacional.


Secretário de Esporte e Lazer do Distrito Federal, Julio Cesar Ribeiro, aponta que o Compete Brasília é uma das principais ações da pasta para o fomento do esporte. “A cada ano, o GDF vem potencializando esse programa, investindo e aumentando expressivamente o número de atletas beneficiados”, afirma. “Com o custeio das passagens, eles têm a chance de representar a cidade e acumular índices para participar de competições de alto nível”, completa.


De janeiro a outubro deste ano, foram emitidas 682 passagens nacionais, 447 internacionais e 3.120 terrestres. Os quase R$ 8 milhões investidos no programa beneficiaram 4.249 atletas, número que superou em 28% a quantidade de esportistas atendidos em 2022.


Ajuda valiosa



Bernardo Miranda foi ao Rio de Janeiro e saiu do 44º Campeonato Brasileiro de Squash com o primeiro lugar na categoria sub-17


Para quem tirava dinheiro do próprio bolso financiando a participação de atletas em torneios, contar com a ajuda do Compete Brasília é um verdadeiro alívio. É o caso de Diego Bolzan, que além de treinar Bernardo, é responsável pela carreira esportiva de outros dois atletas de squash, André Almeida, 17 anos, e João Carlos Santos, 18.


“São meninos que vieram de um antigo projeto social que eu criei, em 2018, junto ao Centro de Ensino Fundamental (CEF) Polivalente, da Asa Sul”, recorda-se Bolzan. “De todos os alunos que tivemos, os três foram os que mais se destacaram. Os garotos têm habilidade e disciplina, características essenciais para quem quer competir. Tanto que passei a treiná-los pessoalmente. Hoje, eles são os números um, dois e quatro do Brasil na categoria sub-19.”


‌O treinador conta que costumava custear as passagens aéreas dos rapazes, já que a família deles não tinham condições financeiras. “Às vezes, a gente contava com alguma doação, mas, de modo geral, estava ficando bastante pesado para mim”, ressalta Bolzan. “Aí, ficamos sabendo do Compete Brasília. Os meninos se cadastraram em junho e, depois de três meses, receberam o primeiro auxílio.”


Os três atletas conseguiram passagens aéreas para disputar o 44º Campeonato Brasileiro de Squash, no Rio de Janeiro. Bernardo foi o que se saiu melhor no torneio: ficou em primeiro lugar na categoria sub-17. Para João Carlos, no entanto, a participação nos jogos teve um significado especial.


“O squash é tudo para mim. É de onde tiro o meu sustento, é a minha paixão. Minha mãe mora em Goiás, meu pai já faleceu. Então, eu só tinha condições de viajar para competir se alguém pagasse para mim”, garante o jovem. “O Compete Brasília é minha chance de participar de mais campeonatos, melhorar minha classificação e me profissionalizar no esporte. É o que mais desejo na minha vida.”


A inscrição no Compete Brasília não tem limite de idade nem exige comprovação de renda qualquer atleta pode pleitear o custeio do transporte aéreo ou terrestre. As solicitações devem ser cadastradas com prazo máximo de 40 dias antes da data prevista para o início de competições nacionais e, no máximo, 60 dias antes do início de competições internacionais. Confira a documentação exigida.



Agência Brasília*

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