Aparelho utiliza princípio similar ao do marca-passo e permite ao médico regular os estímulos com objetivo de diminuir o sintoma da dor e aumentar a qualidade de vida do paciente
Sentir dor intensa por períodos longos, quando o uso de medicamentos já não traz benefícios, prejudica o convívio social e a realização de atividades básicas do cotidiano. Mas, graças aos recentes avanços tecnológicos na medicina, uma das opções de tratamento para esse problema, comum em pacientes com fibromialgia, síndromes pós-Covid 19 e dores radiculares e neuropáticas, é o eletrodo de estimulação medular. Trata-se de um pequeno dispositivo, menor do que um marca-passo, que é implantado na parte posterior da coluna em região próxima à medula da coluna vertebral.
De acordo com a Dra. Claudia Ferrara, anestesiologista e com atuação na área de Dor do Hospital Brasília Unidade Águas Claras – marca que pertence à Dasa, maior rede de saúde integrada do país –, o eletrodo emite impulsos elétricos na medula com o objetivo de tratar e aliviar o sintoma de forte intensidade.
“Quando o tratamento medicamentoso já não está mais tendo um efeito satisfatório, o eletrodo de estimulação medular mostra-se como uma opção. Além disso, é comum que pessoas que sofrem com dor intensa recorram às medicações. Temos observado um uso indiscriminado de anti-inflamatórios e até mesmo opioides no Brasil e em outros países, o que pode provocar prejuízos para a saúde. Então diminuir esse consumo exacerbado de medicamentos é um dos benefícios dessa tecnologia”, avalia a médica especialista em dor.
A cirurgia para implantação do eletrodo é feita em duas etapas. Primeiro, realiza-se um teste, com duração de 5 a 7 dias, onde o dispositivo é inserido e a equipe médica, junto ao paciente, avalia a reação aos estímulos. Após esse período, se a resposta ao teste for positiva, é feito o implante definitivo da bateria com um microcomputador associado a um programador. Este, por sua vez, é semelhante a um celular e vem com quatro programações fixas de modulação dos estímulos. “Após avaliação da equipe médica, pode-se selecionar a modulação mais adequada a depender da intensidade da dor que o paciente está sentindo”, explica a Dra. Claudia.
“O principal diferencial que essa tecnologia oferece é a possibilidade da melhoria de qualidade de vida. Evita-se os efeitos adversos da cronicidade da dor, como o desenvolvimento de outras doenças como a depressão, pois é comum que pessoas afetadas por esse sintoma tendam a se isolar e limitar a prática de atividades básicas e cotidianas”, destaca a especialista.