Sete erros comuns na higienização e conservação dos alimentos

Especialista dá dicas de como evitar hábitos na cozinha que podem trazer riscos à saúde


Créditos: Envato


É bem provável que você já tenha sofrido com alguma doença transmitida por alimento (DTA) ou, ao menos, que conheça alguém que já passou por isso. O fenômeno é bem mais comum do que se imagina. Segundo levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 600 milhões de pessoas são diagnosticadas com essas doenças e 420 mil chegam ao óbito. No Brasil, de 2000 a 2018, foram registrados 247 mil casos de doenças relacionadas a alimentos, com quase 200 mortes, conforme apontam números do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).

Quando a saúde está debilitada por conta de uma infecção alimentar, é comum pensar que foi causada por algo consumido fora de casa. Porém, a principal causa de contaminação é a cozinha. A doutora em Microbiologia e professora do curso de Biomedicina da Universidade Positivo (UP), Giovana Carolina Bodnar, explica quais são os erros comumente cometidos na cozinha e como evitá-los.

  • Higienizar alimentos consumidos crus apenas com água

Giovana ensina que o correto é realizar a higienização das frutas, legumes e verduras com uma solução clorada, seguindo alguns passos. “Deve-se retirar as partes estragadas e machucadas, lavar em água corrente e colocar de molho na solução por 10 minutos. Depois, é preciso enxaguar novamente em água corrente e deixar os alimentos secarem naturalmente antes de guardá-los”, aponta. Para o preparo da solução clorada, dilua uma colher (sopa) de água sanitária comercial, que possua entre 2% e 2,5% de cloro ativo, em um litro de água.

  • Não lavar as mãos adequadamente antes de manipular os alimentos

É necessário lavar muito bem as mãos para que elas não transmitam bactérias para os alimentos que estão sendo preparados. “O correto é lavá-las com água e sabão, por pelo menos 20 segundos, também entre os dedos e embaixo das unhas, que são partes nem sempre lembradas na higienização das mãos”, explica a microbiologista.

  • Lavar o frango e outras carnes

Segundo Giovana, ao serem lavados, as bactérias presentes nesses alimentos podem espirrar e se espalhar para outras superfícies próximas à pia, contaminando esses locais. “Recomenda-se não lavar pois, no momento do cozimento, as bactérias que podem causar alguma intoxicação alimentar serão eliminadas pelas altas temperaturas”, ressalta.

  • Não guardar alimentos no local adequado da geladeira

A especialista ressalta que, na maioria das geladeiras, a temperatura varia entre os compartimentos do eletrodoméstico, sendo importantíssimo armazenar cada tipo de alimento no local recomendado. “Os alimentos frescos e os que já foram cozidos necessitam de temperaturas mais baixas para serem bem conservados, por isso, devem ficar nos locais mais frios da geladeira, como as prateleiras mais altas e as gavetas. Além disso, deve-se atentar ao tempo de armazenamento de alguns alimentos”, alerta a professora, que recomenda não manter carnes e frios além de três dias, alimentos consumidos crus por mais de uma semana, e leite por mais de cinco dias dentro da geladeira.

  • Não colocar comida ainda quente na geladeira

O costume de esperar a comida esfriar antes de colocá-la na geladeira pode ser arriscado, conforme aponta a microbiologista. “Existem bactérias que se proliferam em temperaturas um pouco mais altas, por volta dos 30°C. Por isso, após a refeição, se os alimentos continuarem no fogão, pia ou balcão, a temperatura cai aos poucos até atingir uma condição ideal para a multiplicação dessas bactérias”, comenta Giovana, que aconselha guardar a comida imediatamente após o fim da refeição.

  • Não trocar ou higienizar regularmente os panos de prato e esponjas

Panos de prato e esponjas que não estejam limpas são locais ideais para alojamento e reprodução de bactérias presentes no ambiente. “Ao utilizar esses itens na lavagem e secagem de louças, as bactérias que podem causar intoxicação alimentar são transferidas para os alimentos consumidos”, alerta. A professora recomenda a troca da esponja pelo menos uma vez na semana e, para higienizá-la, sugere duas opções. “Coloque uma panela com água no fogão e, quando começar a ferver, deixe a esponja de três a quatro minutos na água. Também é possível preparar uma solução com um litro de água e duas colheres (sopa) de água sanitária comercial, deixando a esponja por dez minutos na solução”, recomenda.

  • Não higienizar pia e geladeira corretamente e com frequência

Giovana lembra que a pia e toda a bancada devem ser higienizadas sempre que houver manipulação de alimentos nessas áreas, além de realizar a limpeza da geladeira ao menos uma vez por mês. “Para uma higienização efetiva da parte interna, deve-se esvaziar a geladeira e verificar a data de validade e a qualidade dos alimentos. Em seguida, é preciso retirar as prateleiras e lavar o interior do eletrodoméstico com água e detergente neutro, com o auxílio de uma esponja limpa, e enxaguar com um pano úmido até retirar todo o sabão. Por fim, é necessário secá-la com um pano seco e limpo”, salienta. Giovana finaliza explicando que para lavar a parte externa da geladeira também devem ser utilizados água e detergente neutro, porém, a secagem deve ser feita naturalmente.

 

Sobre a Universidade Positivo

A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/.

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