Doenças respiratórias aumentam no inverno
Vacinação e medidas comportamentais ajudam a evitar a propagação das infecções
Com a chegada do inverno, vale uma atenção especial às doenças respiratórias, que têm um aumento significativo nesta época do ano. As baixas temperaturas que atingem várias regiões do país favorecem a disseminação dos vírus que causam infecções como gripe, resfriados e também a covid-19.
Este período também é marcado pela seca. Segundo o médico intensivista Rodrigo Biondi, coordenador das Unidades de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Brasília, pertencente à Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, é comum que a baixa umidade provoque, em algumas pessoas, sintomas como coriza, tosse seca, exacerbação da rinite, dor de cabeça e garganta seca.
De acordo com o infectologista José David Urbaez Brito, da Dasa Centro-Oeste (Exame Medicina Diagnóstica, Laboratório Bioclínico, Atalaia Medicina Diagnóstica e Cedic Cedilab Imagem e Laboratório), a mudança comportamental neste período é um dos fatores que contribuem com a disseminação das infecções respiratórias. Segundo o médico, as pessoas tendem a ficar mais em locais fechados para se protegerem do frio. “É mais comum que as pessoas fechem mais as janelas e evitem as correntes de ar. Além de ficarem mais aglomeradas dentro de casa”, destaca.
Segundo o infectologista, outro fator que contribui com o aumento significativo dessas doenças está relacionado com os próprios mecanismos de defesa da mucosa respiratória que, com as baixas temperaturas, funcionam com menos eficiência. “As células dessa região e todo um conjunto de mecanismos que melhoram o sistema respiratório, como, por exemplo, o manejo das secreções, ficam mais comprometidos”, explica.
Cuidados
Com a pandemia da covid-19, as pessoas estão mais conscientes sobre os cuidados que devem ser adotados para evitar essas infecções. Porém, o infectologista David Urbaez acredita que nunca é demais relembrar. “Mais uma vez precisamos reforçar a importância da vacinação contra a covid-19 e lembrar que um bom esquema tem, pelo menos, três doses, e quatro para imunossuprimidos. A vacina contra o vírus da influenza também deve ficar em dia”, destaca dr. David.
O intensivista Rodrigo Biondi reforça que é preciso vacinar todos os anos contra a gripe, devido a capacidade de mutação do vírus. “Os vírus respiratórios, tradicionalmente, têm uma capacidade de mutação muito maior que os outros. Pessoas vacinadas dificilmente vão desenvolver a forma grave, que pode demandar internação até mesmo em terapia intensiva”, destaca o médico.
O médico intensivista explica que, provavelmente, pelo mesmo motivo das mutações, a vacinação contra a covid-19 também deverá ser aplicada todos os anos. “Além das mutações, perdemos ainda a imunidade com o passar do tempo. Isso ocorre com todos os vírus respiratórios”, complementa.
Além da vacinação, os especialistas lembram da importância das medidas de proteção baseada em comportamentos, como o uso de máscaras em ambientes fechados e a higienização das mãos. “São medidas importantes não só pela pandemia, mas também para qualquer transmissão de vírus respiratórios”, conclui o infectologista David Urbaez.