Residente médica Fernanda Proença Lepca formou-se antecipadamente para atuar na linha de frente da covid-19 Créditos: Divulgação |
Retomada das cirurgias eletivas traz desafios e oportunidades de aprendizado; no Paraná, programa de formação com atendimento 100% SUS tem inscrições abertas
Luanna Nunes Oliveira do Rio havia acabado de chegar em uma nova cidade e estava no primeiro mês de residência em neurologia clínica no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), quando os primeiros casos de covid-19 começaram a ser confirmados no Brasil. “Foi difícil para todos e um grande desafio aos profissionais de saúde. Tivemos que nos reinventar, aprender rápido e viver a saudade daqueles que amamos, afinal, foram 8 meses sem ver minha família. Hoje vejo como fomos fortes”, lembra a residente médica.
Ela é natural de Aracaju, capital de Sergipe, e escolheu um hospital com atendimento 100% SUS para realizar sua especialização em medicina. “Sou formada desde 2015, queria muito fazer a diferença para a sociedade e foi preciso muita pesquisa para decidir em qual hospital faria minha residência. Queria um hospital que me permitisse trilhar um caminho de muito aprendizado, crescimento profissional e ajuda à população. Sei que um hospital com atendimento SUS e universitário me dá a garantia disso tudo”, explica Luanna Nunes.
Os residentes médicos foram essenciais no enfrentamento das dificuldades impostas pelo coronavírus. É assim que o gerente médico do HUC, José Augusto Ribas Fortes, avalia a importância da presença desses profissionais nos hospitais. “A pandemia trouxe ganhos e ensinamentos para todos os profissionais de saúde. Mas a nova geração de residentes se destaca com a riqueza de aprendizado e experiências que vão carregar para toda a vida. A certeza é que esses médicos em formação serão ainda mais responsáveis e comprometidos com as necessidades dos pacientes”, afirma o médico.
Assim como ocorreu com todo o setor da saúde, a pandemia de covid- 19 forçou também os futuros médicos a se adaptarem rapidamente para aprender em meio à crise sanitária. Fernanda Proença Lepca, também residente médica no HUC, formou-se antecipadamente em abril de 2020, após a permissão do Governo Federal. Ela foi uma entre os milhares de recém-formados em medicina que foi direto da graduação para a linha de frente do combate ao vírus. Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), publicada em maio de 2021, mostrou que a maioria (63%) dos alunos que anteciparam a graduação em medicina no estado foi trabalhar direto na linha de frente da covid-19. “Nesses poucos meses, vivi o período de maior aprendizado da minha vida. Já sou uma médica muito melhor do que quando entrei”, conta a residente Fernanda.