Desde 1967, resido em Brasília, tendo participado de sua construção, como responsável técnico de quadra inteira na Asa Sul e prédios colossais, como o Edifício Sede dos Correios, Edifício Sede da CNC, HRAN, grande parte do Park Shopping com suas torres comerciais, Eron Hotel, Edifício Biarritz, Edifício Varandas Sul, primeiro prédio com cobertura e varandas de Brasília, entre vários outros. Assim, venho colaborando na consolidação do projeto de JK, Lúcio Costa e Niemeyer, ou seja, Brasília, uma das mais belas cidades do mundo, quiçá a mais bela, transformada em Patrimônio da Humanidade. Cidade moderna, projeto cheio de muita beleza e arte, cidade inigualável
Dario Clementino*
Entretanto, seus administradores eram nomeados pelo Presidente da República e para aqui vinham das diversas regiões do país, sem conhecer as suas belezas e sem nenhum compromisso na manutenção do seu magistral projeto original. Em função disso, "um patriota brasiliense" de Anápolis, presidente da Associação Comercial do DF, Lindberg Aziz Kury, e eu, juntamente com os outros 6 Vice-Presidentes e demais Diretores, tivemos a ideia de que o nosso governador fosse eleito pela população de Brasília, para que fosse escolhido um brasiliense que tivesse compromisso com a cidade e pudesse manter o seu plano inicial.
Compete agora a nós, brasilienses de coração ou de nascimento, não deixarmos que esse projeto, único no mundo, seja deturpado.
Brasília, entre todas as suas belezas, tem o seu projeto todo setorizado, com as diversas atividades urbanísticas no seu devido lugar. Assim, temos o Setor Comercial, o Setor Bancário, o Setor de Autarquias, o Setor de Divertimentos, o Setor Policial, o Setor Habitacional, dividido em Superquadras e os Setores de Habitação Individual Sul e Norte, Park Way, entre outros.
Isso não pode ser destruído e contamos com a compreensão e o compromisso de todos para que preservemos o nosso Patrimônio.
Lago Sul, Lago Norte e Park Way são considerados a moldura do tombamento e também estão sob as guardas do IPHAN. Seus projetos, características e usos não podem ser mudados, a menos que se pretenda a destruição do seu projeto original.
Estamos vivendo um momento de revisão do PDOT e da LUOS. Ouço, a todo momento, que a nova LUOS, como está o projeto, transformará as nossas residências, estritamente residenciais, em residências mistas, onde poderão ser instaladas atividades econômicas.
Entretanto, esses três bairros não estão preparados para isso, pois não temos estacionamentos, redes de água, esgoto, elétricas que suportariam esse incremento de atividades nas residências, com aumento do barulho, trânsito, ocupação das poucas vagas de estacionamento e, sem dúvida, aumento da insegurança e destruição das áreas verdes de que tanto temos orgulho.
Hoje, no mundo, grandes capitais estão recuperando as áreas verdes e reflorestando onde é possível. Aqui em Brasília, parece que estamos indo na contramão da sustentabilidade ambiental e climática.
Como pioneiro, morador da cidade por mais de 50 anos, venho apelar para o bom senso e amor a Brasília de todos os nossos administradores e de nossos representantes na Câmara Distrital para que não apoiem a mudança de uso dos setores residenciais dos nossos bairros; para que não concordem com a mudança de suas características e muito menos que não aceitem a instalação de atividades econômicas nas residências.
Vejam que, em todo o DF, existem áreas comerciais vazias e não existe razão técnica para transformar áreas residenciais em mistas, quando justamente se necessita de mais moradia e não de áreas comerciais.
Assim, nossos administradores estariam cumprindo o seu dever cívico de manter o mais belo projeto de cidade do mundo, uma cidade única, como disse Lúcio Costa, diferente e especial. Não à toa que foi tombada, em 1985, como patrimônio histórico e cultural da humanidade.
Pensem nisso! Não podemos permitir que a nossa capital seja descaracterizada para se tornar igual às demais. Ou queremos nossa cidade organizada e pronta para receber melhorias tecnológicas que vão alçá-la a exemplo a ser seguido no mundo?
Brasília precisa de pequenos ajustes para se modernizar e trazer qualidade de vida para todos. Um deles refere-se à mobilidade urbana. Precisamos de transporte tecnológico de alta qualidade, tal como o VLT, movido a baterias solares recarregáveis. Precisamos também transformar nossa matriz econômica, atraindo empresas de tecnologia e requalificando a grande massa para o trabalho nessas empresas. Precisamos da construção civil para renovar e requalificar os prédios antigos, seja demolido, reconstruindo ou reformando por inteiro.
Temos muito trabalho pela frente, mas precisamos focar num futuro mais verde, mais sustentável, mais tecnológico e mais humano.
Para isso, contamos com o espírito cívico de nossos deputados distritais, no sentido de trabalharmos para manter o projeto inicial de Brasília e não, mais tarde, sermos cobrados pelos nossos filhos e netos como destruidores da "Cidade Única", como dizia Lúcio Costa.
* Dario Clementino é vice-presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul (CCLS) e um dos fundadores da União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF).
Entretanto, seus administradores eram nomeados pelo Presidente da República e para aqui vinham das diversas regiões do país, sem conhecer as suas belezas e sem nenhum compromisso na manutenção do seu magistral projeto original. Em função disso, "um patriota brasiliense" de Anápolis, presidente da Associação Comercial do DF, Lindberg Aziz Kury, e eu, juntamente com os outros 6 Vice-Presidentes e demais Diretores, tivemos a ideia de que o nosso governador fosse eleito pela população de Brasília, para que fosse escolhido um brasiliense que tivesse compromisso com a cidade e pudesse manter o seu plano inicial.
Compete agora a nós, brasilienses de coração ou de nascimento, não deixarmos que esse projeto, único no mundo, seja deturpado.
Brasília, entre todas as suas belezas, tem o seu projeto todo setorizado, com as diversas atividades urbanísticas no seu devido lugar. Assim, temos o Setor Comercial, o Setor Bancário, o Setor de Autarquias, o Setor de Divertimentos, o Setor Policial, o Setor Habitacional, dividido em Superquadras e os Setores de Habitação Individual Sul e Norte, Park Way, entre outros.
Isso não pode ser destruído e contamos com a compreensão e o compromisso de todos para que preservemos o nosso Patrimônio.
Lago Sul, Lago Norte e Park Way são considerados a moldura do tombamento e também estão sob as guardas do IPHAN. Seus projetos, características e usos não podem ser mudados, a menos que se pretenda a destruição do seu projeto original.
Estamos vivendo um momento de revisão do PDOT e da LUOS. Ouço, a todo momento, que a nova LUOS, como está o projeto, transformará as nossas residências, estritamente residenciais, em residências mistas, onde poderão ser instaladas atividades econômicas.
Entretanto, esses três bairros não estão preparados para isso, pois não temos estacionamentos, redes de água, esgoto, elétricas que suportariam esse incremento de atividades nas residências, com aumento do barulho, trânsito, ocupação das poucas vagas de estacionamento e, sem dúvida, aumento da insegurança e destruição das áreas verdes de que tanto temos orgulho.
Hoje, no mundo, grandes capitais estão recuperando as áreas verdes e reflorestando onde é possível. Aqui em Brasília, parece que estamos indo na contramão da sustentabilidade ambiental e climática.
Como pioneiro, morador da cidade por mais de 50 anos, venho apelar para o bom senso e amor a Brasília de todos os nossos administradores e de nossos representantes na Câmara Distrital para que não apoiem a mudança de uso dos setores residenciais dos nossos bairros; para que não concordem com a mudança de suas características e muito menos que não aceitem a instalação de atividades econômicas nas residências.
Vejam que, em todo o DF, existem áreas comerciais vazias e não existe razão técnica para transformar áreas residenciais em mistas, quando justamente se necessita de mais moradia e não de áreas comerciais.
Assim, nossos administradores estariam cumprindo o seu dever cívico de manter o mais belo projeto de cidade do mundo, uma cidade única, como disse Lúcio Costa, diferente e especial. Não à toa que foi tombada, em 1985, como patrimônio histórico e cultural da humanidade.
Pensem nisso! Não podemos permitir que a nossa capital seja descaracterizada para se tornar igual às demais. Ou queremos nossa cidade organizada e pronta para receber melhorias tecnológicas que vão alçá-la a exemplo a ser seguido no mundo?
Brasília precisa de pequenos ajustes para se modernizar e trazer qualidade de vida para todos. Um deles refere-se à mobilidade urbana. Precisamos de transporte tecnológico de alta qualidade, tal como o VLT, movido a baterias solares recarregáveis. Precisamos também transformar nossa matriz econômica, atraindo empresas de tecnologia e requalificando a grande massa para o trabalho nessas empresas. Precisamos da construção civil para renovar e requalificar os prédios antigos, seja demolido, reconstruindo ou reformando por inteiro.
Temos muito trabalho pela frente, mas precisamos focar num futuro mais verde, mais sustentável, mais tecnológico e mais humano.
Para isso, contamos com o espírito cívico de nossos deputados distritais, no sentido de trabalharmos para manter o projeto inicial de Brasília e não, mais tarde, sermos cobrados pelos nossos filhos e netos como destruidores da "Cidade Única", como dizia Lúcio Costa.
* Dario Clementino é vice-presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul (CCLS) e um dos fundadores da União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF).